A história da humanidade é marcada por momentos de expansão de grupos e/ou sociedades específicas rumo à unificação de uma visão global de organização social.
Por sua vez, há momentos de retração dos grupos a situações de autoconhecimento e autoexploração, proporcionando um estado de fragmentação social.
Nessa lógica, pode-se citar a sociedade grega antiga, marcada pela organização em Cidades-Estado, com uma estrutura organizacional descentralizada, em que cada cidade possuía sua própria forma de administração e especialização da cultura.
Posteriormente a isso, teve-se o movimento iniciado por Alexandre Magno e que veio a culminar no Império Romano, que atingiu desde a Europa até o Oriente Médio, chegando a haver relações com a sociedade Chinesa, no Oriente propriamente dito.
Depois da organização romana, houve a retração caracterizada pela formação dos feudos, na Idade Média. Nessa forma de organização social, as comunidades limitaram-se a uma predominância de relações em pequena escala.
Essa situação voltou a ser alterada por ocasião das Cruzadas e das Grandes Navegações, no período moderno.

No período da crise de 1929, o Liberalismo passou por um estado de abandono por parte das sociedades mundiais, as quais direcionaram-se a uma forma de organização introspectiva, voltando-se para o interior de seus países e para o fortalecimento e conhecimento de sua identidade. Vale lembrar que a visão de identidade aqui pensada é a de que ela é fruto de uma construção social.
Da década de 30 até o início da década de 70 predominou essa visão introspectiva dos países. A partir da década de 70 o Liberalismo ganha nova roupagem e novos princípios: o Neoliberalismo.
O Neoliberalismo correspondeu a um novo movimento de expansão e de unificação da cultura global. Caracteriza-se pela fragilização das fronteiras geográficas e culturais.
Finalmente, com a crise econômica mundial de 2008, obteve-se novo momento de mudança de rumos. Os países que caminhavam contra a maré do Neoliberalismo, isto é, de maneira introspectiva, não foram tão afetados pela crise quanto os demais. O Brasil insere-se nesse contexto como um dos países que mostraram um caminho introspectivo de organização social, vindo desde 2003 passando por um processo de fortalecimento de seu mercado interno.
A partir de tudo isso, emerge a discussão da Fragmentação reducionista, ou introspectiva, Versus Expansão Unificadora da cultura.
Tanto a Fragmentação quanto a Expansão estruturam-se a partir dos fatos e realidades concretas da vida dos indivíduos e de seus grupos e sociedades.
O domínio de um país sobre outros proporciona tanto a seus cidadãos quanto aos dominados uma consciência mais ampla das relações externas. A visão de organização espacial deixa de estar limitada pelas fronteiras do país e direciona-se para uma visão de bloco de países. Vale lembrar que isso se configura também para sociedades antigas, como as Cidades-Estados citadas e os impérios.
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O domínio pode ter uma categorização bastante diversificada. Pode ser religioso, político, econômico, cultural ou algum outro que venha a, de certa forma, estender a visão de mundo de um grupo ou sociedade a outros demais.
Se, por algum motivo, os elementos de expansão de uma sociedade são privados ou limitados em sua atuação, a visão de mundo tanto dos dominadores quanto dos dominados torna-se reduzida.
Em outras palavras, a visão de mundo dos indivíduos deriva de sua organização social no espaço.
Jânio Rocha Ayres Teles