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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Fragmentação reducionista Versus Expansão Unificadora

A história da humanidade é marcada por momentos de expansão de grupos e/ou sociedades específicas rumo à unificação de uma visão global de organização social.
Por sua vez, há momentos de retração dos grupos a situações de autoconhecimento e autoexploração, proporcionando um estado de fragmentação social.

Nessa lógica, pode-se citar a sociedade grega antiga, marcada pela organização em Cidades-Estado, com uma estrutura organizacional descentralizada, em que cada cidade possuía sua própria forma de administração e especialização da cultura.

Posteriormente a isso, teve-se o movimento iniciado por Alexandre Magno e que veio a culminar no Império Romano, que atingiu desde a Europa até o Oriente Médio, chegando a haver relações com a sociedade Chinesa, no Oriente propriamente dito.

Depois da organização romana, houve a retração caracterizada pela formação dos feudos, na Idade Média. Nessa forma de organização social, as comunidades limitaram-se a uma predominância de relações em pequena escala.

Essa situação voltou a ser alterada por ocasião das Cruzadas e das Grandes Navegações, no período moderno.

Por ocasião do Iluminismo, a exacerbação do liberalismo criou uma situação ambígua: o isolamento dos indivíduos e grupos, provocando um fracionamento exagerado da organização social; a abertura dos indivíduos e grupos à glogalidade. Tal situação tem levado a uma predominância da segunda situação acima citada, hava vista a fragilização das fronteiras e dos limites pessoais e grupais.

No período da crise de 1929, o Liberalismo passou por um estado de abandono por parte das sociedades mundiais, as quais direcionaram-se a uma forma de organização introspectiva, voltando-se para o interior de seus países e para o fortalecimento e conhecimento de sua identidade. Vale lembrar que a visão de identidade aqui pensada é a de que ela é fruto de uma construção social.

Da década de 30 até o início da década de 70 predominou essa visão introspectiva dos países. A partir da década de 70 o Liberalismo ganha nova roupagem e novos princípios: o Neoliberalismo.

O Neoliberalismo correspondeu a um novo movimento de expansão e de unificação da cultura global. Caracteriza-se pela fragilização das fronteiras geográficas e culturais.

Finalmente, com a crise econômica mundial de 2008, obteve-se novo momento de mudança de rumos. Os países que caminhavam contra a maré do Neoliberalismo, isto é, de maneira introspectiva, não foram tão afetados pela crise quanto os demais. O Brasil insere-se nesse contexto como um dos países que mostraram um caminho introspectivo de organização social, vindo desde 2003 passando por um processo de fortalecimento de seu mercado interno.

A partir de tudo isso, emerge a discussão da Fragmentação reducionista, ou introspectiva, Versus Expansão Unificadora da cultura.

Tanto a Fragmentação quanto a Expansão estruturam-se a partir dos fatos e realidades concretas da vida dos indivíduos e de seus grupos e sociedades.

O domínio de um país sobre outros proporciona tanto a seus cidadãos quanto aos dominados uma consciência mais ampla das relações externas. A visão de organização espacial deixa de estar limitada pelas fronteiras do país e direciona-se para uma visão de bloco de países. Vale lembrar que isso se configura também para sociedades antigas, como as Cidades-Estados citadas e os impérios.
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cubismo/imagens/cubismo-24.jpg

O domínio pode ter uma categorização bastante diversificada. Pode ser religioso, político, econômico, cultural ou algum outro que venha a, de certa forma, estender a visão de mundo de um grupo ou sociedade a outros demais.

Se, por algum motivo, os elementos de expansão de uma sociedade são privados ou limitados em sua atuação, a visão de mundo tanto dos dominadores quanto dos dominados torna-se reduzida.

Em outras palavras, a visão de mundo dos indivíduos deriva de sua organização social no espaço.

Jânio Rocha Ayres Teles

sexta-feira, 25 de março de 2011

O Materialismo Dialético, Histórico e Eclético...

Em grande medida, o Marxismo fundamentou-se na concepção de Materialismo e, de certa forma, cunhou os termos Materialismo Dialético e Materialismo Histórico. 
http://enegrecer.blogspot.com/2010/07/marx-filosofo-materialista-helas-marcel.html
Vejamos um pouco do conceito de Materialismo para o Marxismo e, ainda, o posicionamento do Materialismo Eclético a esse respeito. 

Vejamos...


"Na filosofia marxista, o materialismo dialético (ou materialismo marxista) é uma forma desta doutrina estabelecida por Karl Marx e Friedrich Engels que, introduzindo o processo dialético na matéria, admite, ao fim dos processos quantitativos, mudanças qualitativas ou de natureza, e daí a existência de uma consciência, que é produto da matéria, mas realmente distinta dos fenômenos de ordem material.
O materialismo histórico é uma tese do marxismo, segundo a qual o modo de produção da vida material determina, em última instância, o conjunto da vida social, política e espiritual. É um método de compreensão e análise da história, das lutas e das evoluções econômicas e políticas. Essa tese foi definida e utilizada por Karl Marx (em O 18 do brumário de Luis Bonaparte, O capital), Friedrich Engels (Socialismo utópico e socialismo científico), Rosa Luxemburgo e Lênin."


A introdução de processos dialéticos na matéria ratifica a idéia de que o conhecimento e a realidade não advém de um princípio o mesmo de uma força universal que se sobrepõe à matéria, ao cotidiano. Nesse sentido, é o cotidiano, é a maneira como os indivíduos vivem e sobrevivem que determina sua cultura e sua ideologia.

Ao citar que “ao fim dos processos quantitativos, mudanças qualitativas ou de natureza, e daí a existência de uma consciência que é produto da matéria”, afirma-se que a mudança quantitativa, em última instância, produz mudanças qualitativas nos indivíduos e nas sociedades. Em outras palavras, mudanças nos indicadores sociais e econômicos, por exemplo, produzem uma mudança na forma de pensar da sociedade que foi objeto dessas mudanças.

Nesse sentido, por exemplo, toda a população que é beneficiária de Programas Sociais como o Bolsa Família têm, de imediato, uma melhoria em suas condições de vida mais concretas, com alimentação e muitas outras necessidades básicas minimamente satisfeitas.
Ao contrário do que se afirma sobre esses programas sociais, a população não vai acostumar-se ao não-trabalho. Vai, sim, acostumar-se com a qualidade de vida advinda desses programas e, daí, vivenciar as características de um estilo de vida com um patamar superior ao que tinha anteriormente e, caso venha a perder a fonte dessa nova estrutura de vida, tenderá mais ao esforço por recuperá-la ou superá-la do que acostumar-se novamente ao patamar de vida que tinha pré-programas sociais.

Aí se encontra o conceito de Materialismo Histórico apregoado por Marx, onde se tem que a realidade material (quantitativa) determina a realidade cultural, ideológica e espiritual (qualitativa). O erro de Marx, ou de alguns marxistas, foi tentar mudar a realidade a partir da proibição de expressões religiosas, como em grande parte do mundo socialista no período da Guerra Fria.

http://nacaoadoradora.blogspot.com/2011_01_01_archive.html

Tentar implementar mudanças não significa começar mudando a estrutura qualitativa da sociedade. Isso não funciona. Se começarmos pela mudança na realidade material da sociedade e, posteriormente, implementarmos mudanças de cunho qualitativo, obter-se-á êxito nos intentos.
O Materialismo Eclético defende, portanto, a manutenção da estrutura ideológica, cultural e religiosa da sociedade sem, contudo, descuidar das ações efetivamente significativas de cunho material, implementando, posteriormente, pequenas mudanças de cunho qualitativo. Não se trata, entretanto, definir o que é o certo e o errado no que se pretende chamar de qualitativo. A própria evolução dos fatos e das idéias produzirá contextos favoráveis ao surgimento e à disseminação de uma nova mentalidade.
Entretanto, os agentes sociais da mudança precisam estar atentos aos sinais materiais e, também, qualitativos, dessa mudança.
Sobre isso, precisam analisar, por exemplo, a inserção de novas religiões no ambiente social, a transformação de indicadores de preferência de consumo, inclusive consumo cultural, além da introdução de novos hábitos de higiene.
A constituição e as problemáticas da família pós-moderna também podem indicar que houve mudanças estruturais na sociedade, mudanças de cunho quantitativo.




sábado, 19 de março de 2011

Neutrinos: conheça esse importante conceito para o Materialismo Eclético

http://issoeofim.blogspot.com/2011_02_01_archive.html
Neutrino é uma partícula sub-atómica dificilmente detectada porque sua interação com a matéria é muito fraca, sua carga é neutra e sua massa extremamente pequena. A sua formação se dá em diversos processos de desintegração em que sofre transição para um estado de energia mais baixa, como quando o hidrogênio é convertido em hélio no interior do Sol. Neste momento são gerados todos os comprimentos de ondas.
A maioria dos neutrinos que atravessam a Terra são provenientes do Sol, e mais de 50 trilhões deles passam através do seu corpo a cada segundo.

Wolfgang Pauli em torno da década de trinta, observou que em vez de ter uma energia de 0,8 MeV, o elétron quando acelerado (emitido), possui uma energia variável entre 0 e 0,8 MeV.
http://www.fnal.gov/pub/ferminews/ferminews02-08-30/p3.html
Considerada uma anomalia, o cientista procurou uma forma de adequar matematicamente a prática e a teoria, pois ambas não eram concordantes.
Em torno de 1931, Pauli encontrou vestígios do que poderia vir a ser outra partícula muito pequena que acompanhava o elétron em sua aceleração. Esta foi denominada de “neutrino”.
Somente em 1956, é que se comprovou a existência real do neutrino, pois sua interação era tão pequena que quase não foi possível sua detecção. Fisicamente, o primeiro detector de neutrinos consistia de uma cubo com 400.000 litros de tetracloroetileno.
No início da década de sessenta, foi descoberto em laboratório que os prótons e nêutrons compunham-se de partículas que foram chamadas de quarks.
Em meados da década de oitenta, os quarks, juntamente com outra classe de partículas subatômicas conhecidas como léptons, constituíam os blocos construtores fundamentais de toda matéria.

O neutrino

O neutrino é uma das partículas elementares da matéria/energia (neste caso há que se ter cuidado em dissociar a matéria da energia). Tem o mesmo momento angular intrínseco, spin ou giro da mesma forma que os prótons, elétrons e nêutrons, e diferente dos fótons que têm o dobro do giro ou spin.
Pertence à família dos léptons, sua massa é muito pequena (antigamente se pensava que podia ser nula). O spin do neutrino é 1/2, sua carga elétrica pode ser considerada nula. Esta partícula é formada em diversos processos de desintegração beta, e na desintegração dos mésons K. Pode-se dizer (por enquanto) que existem três tipos de neutrino. Estão intimamente associados ao elétron, ao tau e ao múon.

Tipos de neutrinos

  • Neutrino do elétron = Neutrino eletrônico é associado ao elétron, de número eletrônico +1; neutrino do elétron, seu símbolo é: νe
  • Neutrino do múon = Neutrino muônico associado ao múon-menos, e de número muônico +1, seu símbolo é νμ
  • Neutrino do tau = Neutrino tauônico, associado ao tau, e de número tauônico +1, seu símbolo é ντ.

Antineutrino

Além dos neutrinos existem os antineutrinos, estes são antipartículas de neutrino. Há três tipos de antineutrinos, um associado ao elétron, um ao múon e um ao tau.

Interações

Os neutrinos sofrem, apenas, interações fracas e gravíticas. Experiências executadas em laboratórios de partículas indicam que se transformam de um tipo em outro durante seu deslocamento. A isto se chama oscilações de neutrinos. Pontecorvo e outros especularam que os neutrinos poderiam ter tais oscilações, pois a quantidade de neutrinos medida que chegavam à terra vindos do Sol eram menores que o predito pela teoria, mas estas oscilações não eram preditas no Modelo Padrão que descreve as interações das partículas elementares. Este foi a primeira evidência de um fenômeno não descrito pela teoria, e por isto Koshiba e Davis ganharam um Prêmio Nobel em 2002.
A primeira observação direta deste fenómeno foi feita pelo experimento "Opera" (Oscillation Project with Emulsion-tRacking Apparatus) usando os dados do CERN através de feixes de neutrinos do tipo múon enviados do CERN ao Laboratori Nazionali del Gran Sasso nos quais foram encontrados neutrinos tau (antes disso, apenas o desaparecimento dos neutrinos múon foi observado em laboratório).

Matéria transparente

Para a passagem dos neutrinos, a matéria é transparente, isto quer dizer que atravessam a Terra (e presume-se o Sol) praticamente sem perder energia. Além disto, presume-se também que apenas uma pequena fração das partículas é detida pela matéria ordinária.
Neutrinos chocando-se com a Terra
Para se ter uma idéia da transparência da matéria, suponha-se que houvesse um detector de neutrinos e fótons cuja passagem fosse medida quando provindos do Sol e o aparelho hipotético os deixasse passar, ou seja, apenas contasse a quantidade de ambos. Os fótons após contados seriam detidos pela Terra, os neutrinos não. Quer dizer, ao virar o instrumento para a o chão durante a noite, e posicionando-o enxergando o Sol através da Terra, seriam contados quase em sua totalidade os neutrinos solares, muito poucos seriam detidos, o planeta é transparente.

Astrofísica e Astronomia

Em astrofísica, sabe-se que a detecção de neutrinos é importante para se levantar os meios de observação direta das reações termonucleares no interior do Sol. Estes corpúsculos são testemunhas diretas da evolução de nossa estrela. A densidade de energia em forma de neutrinos na radiação cósmica poderá fornecer muitas respostas acerca de nosso universo. A principal é sobre a idade do universo e a quantidade de matéria/energia negra presente no espaço, com estes dados, pode-se determinar futuramente se o modelo universal é aberto, fechado ou plano. A forma como ocorreu o Big-Bang, a forma do tecido universal e suas distorções, entre outras descobertas que ainda virão.

FONTE:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Neutrino




Fonte complementar:

http://sandramluz2010.blogspot.com/2011/01/os-neutrinos-e-interdimensionalidade.html
http://covildoorc.wordpress.com/2008/09/11/o-ceu-embaixo-da-terra/

Importante para a compreensão dos processos vislumbrados pelo Materialismo Eclético, precisamos conhecer as partículas alfa, beta e raios gama



As partículas Alfa, Beta e Gama distinguem-se pelo tipo de carga (positiva ou negativa) ou pela ausência dela.

Partícula Alfa (α): apresenta carga positiva +2 e massa 4; carregada por dois prótons e dois nêutrons.
Exemplo: 42He 2+

Partícula Beta (β): ao contrário da partícula Alfa, a partícula Beta apresenta carga negativa que se assemelha aos elétrons: carga negativa – 1 e massa 0.

Partícula Gama  (γ): possui carga e massa nula, emite calor contínuo e tem a
capacidade de ionizar o ar e torná-lo condutor de corrente elétrica.

Um núcleo radioativo emite os três tipos de radiação. Os raios Alfa, Beta e Gama podem ser separados por um campo magnético (ou por um campo elétrico).

Velocidade das partículas:

• A partícula Alfa é a mais lenta, apesar de ser mais energética, e atinge uma velocidade de 20.000 km/s

• A partícula Beta pode atingir uma velocidade de até 95% da velocidade da luz.

• A partícula Gama atinge a velocidade das ondas eletromagnéticas (300.000 km/s).



FONTE:

http://www.alunosonline.com.br/quimica/particulas-alfa-beta-e-gama-/ 






Veja links relacionados!

Brasil Escola
– poder de penetração das partículas Alfa, Beta e Gama. 

Mundo Educação – saiba mais sobre as partículas Alfa.

sábado, 12 de março de 2011

Materialismo Eclético e Provações Invisíveis: Mt 4, 1-11

provações invisíveis

Comentário: Mt 4, 1-11: Ano A – Iº Quaresma (13-03-2011)



1.       “Não podemos alimentar mais fantasias, mais “aldrabices políticas”. A Verdade é uma construção gradativa e dialogal, estará sempre misturada com a mentira da ignorância não assumida ou com a mentira de não assumirmos a nossa miséria.

2.       “O importante é o que não se diz”. Devemos sempre dizer; até é preferível dizer menos bem a não dizer nada, refugiando-nos num silêncio omisso e atávico. Mais do que se vê. Muito diferente, no olhar ético, é o que não se faz.

3.       “Pretender dizer tudo o que nos vem à cabeça”. Esta pretensão de frontalidade é opaca, não nos serve em termos de reciprocidade. Não podemos comer tudo o que queremos. O cérebro também filtra o ar das ideias poluídas, se assim não fosse aumentavam exponencialmente os actos falhos.

4.       “Melhor é impossível”. A nossa condição humana é o terreno mais seguro. A impossibilidade é real na medida em que todas as outras possibilidades, entretanto, já se encontram esgotadas. O fracasso é o lugar privilegiado da Ressurreição.

5.       “Não tenho tempo”. Somos feitos de tempo e sonhos. Não ter tempo é não ter vida. Não temos vida, somos vida. O tempo é dom e não relógio. Não ter tempo é viver do relógio e esquecer o dom: dádiva, doação, entrega.

6.       Tenho a certeza”. As nossas certezas não são nossas. As certezas reflectem o princípio da Incerteza, isto é, sabermos que não somos absolutos. A certeza é o Absoluto encarnado. Se não há absoluto não há certeza. Quanto mais encarnados mais certos. E o contrário é notório.

7.       “Deus não me ouve”. Deus é a palavra mãe. Palavra gerada e não criada. A audição da parte de Deus é providência divina e não previdência social. Deus não “monitora” a Natureza. A “surdez” divina revela a “cegueira” humana.

8.      “Não tentarás o Senhor teu Deus”. Ninguém sofre mais do que eu. Ninguém está mais injustiçado do que eu. Ninguém amou mais do que eu. Ninguém é ninguém, fora todos os meus outros “eus”. Cuidado com a inscrição: “dEUs”, esta grafia é altamente perniciosa. Sê humilde: a provação está integrada.




Por: Pedro José, Gafanha da Nazaré, 12-03-2011, 16H27. Caracteres (esp.incl.): 1999.





PARA LER MAIS: 
http://pedrojosemyblog.wordpress.com/
"O sentido da vida é a amizade. O sentido da amizade é a fé"- Pedro José

quinta-feira, 10 de março de 2011

Instintos, desejos, sentimentos, razão, intuição, visão espiritual e visão eclética cósmica urniversal

Os sete elementos constitutivos do ser humano encontram-se distribuídos em seu ser nem sempre de maneira homogênea ou priorizando a elevação dos valores e da essência humana. 
A humanidade, em linhas gerais, organiza-se de acordo com a seguinte hierarquia:  


visão eclética cósmica urniversal

visão espiritual

intuição

razão

sentimentos

 desejos

 Instintos


O nível mais baixo na hierarquia corresponde ao dos instintos, em que os indivíduos encontram-se voltados à sua subsistência imediata. 
Em um segundo plano, os desejos, em que os instintos influenciam na formulação de planos e ações dos seres a médio e longo prazos, sendo que visando a realização dos instintos. 
Em terceiro lugar encontram-se os sentimentos, fruto da satisfação, ou não, dos instintos. 
Em uma quarta posição vem a razão, onde se busca a realização dos instintos a médio e longo prazos. 
Por sua vez, em quinto lugar, vem a intuição, que traz a noção de realização dos instintos sem previsão de média ou curta duração, mas normalmente de longa, e sem uma visibilidade clara. 
No sexto lugar vem a visão espiritual, que eleva o ser humano a uma posição de oposição em relação à sua condição de materialidade, isto é, promove uma fuga dos instintos, mas em última instância, visa a felicidade, última instância também para os instintos. 
Finalmente, na sétima posição, a partir de uma visão septenária, a visão eclética cósmica universal, que busca incluir a materialidade e a espiritualidade em um todo coerente e compreensível. 

Esta última visão, a septenária, de onde advém a visão Materialista Eclética, define esta corrente filosófica. Trata-se de uma visão que agrega as tanteriores e busca constituir-se como uma síntese conceitual completa para o ser humano. 




terça-feira, 8 de março de 2011

Evangelho de Mateus 7,21-27 e o Materialismo Eclético

Evangelho segundo S. Mateus 7,21-2721 «Nem todo o que Me diz: “Senhor, Senhor”, entrará no Reino dos Céus, mas só o que faz a vontade de Meu Pai que está nos céus.22 Muitos Me dirão naquele dia: “Senhor, Senhor, não profetizámos nós em Teu nome, e em Teu nome expulsámos os demónios, e em Teu nome fizemos muitos milagres?”.23 E então Eu lhes direi bem alto: “Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade”.24 «Todo aquele, pois, que ouve estas Minhas palavras e as observa será semelhante ao homem prudente que edificou a sua casa sobre rocha.25 Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram e investiram os ventos contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava fundada sobre rocha.26 Todo aquele que ouve estas Minhas palavras e não as pratica será semelhante a um homem insensato que edificou a sua casa sobre areia.27 Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram e investiram os ventos contra aquela casa, e ela caiu, e foi grande a sua ruína».

COMENTÁRIO:


21 «Nem todo o que Me diz: “Senhor, Senhor”, entrará no Reino dos Céus, mas só o que faz a vontade de Meu Pai que está nos céus.
Em hebraico, "dizer" ou "falar" alguma coisa, ou melhor, usar a "palavra", tem um caráter bastante específico. Trata-se de evocar um princípio de lei e de princípio cósmico de regência da natureza.


22 Muitos Me dirão naquele dia: “Senhor, Senhor, não profetizámos nós em Teu nome, e em Teu nome expulsámos os demónios, e em Teu nome fizemos muitos milagres?”.
A expressão "naquele dia" tem um peso muito maior que a de um simples dia. Biblicamente, o mundo foi "criado" em 7 dias. Quando se diz "naquele dia", não se está falando de qualquer dia, mas sim, "daquele dia", ou seja, do dia principal, do dia mais especial de todos. Daí se advém a lembrança do juízo final, do julgamento baseado na lei cósmica universal da natureza.


23 E então Eu lhes direi bem alto: “Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade”.
"Então Eu lhes direi...". A mensagem fala em dizer. Na vertade, trata-se da manifestação do princípio da lei cósmica universal. O trecho fala de alguém que praticou a iniquidade. Daí advém-se uma nítida contradição entre a palavra e a prática, a Lei e a Prática real dos seres.


24 «Todo aquele, pois, que ouve estas Minhas palavras e as observa será semelhante ao homem prudente que edificou a sua casa sobre rocha.
Aqueles que conhecem a Lei e a seguem será, segundo o trecho, "como o homem prudente que edificou a sua casa sobre rocha". Sobre rocha nos remete à idéia de concretude, de realidade, em contradição com palavra vã, vazia, comparável à areia que se esvai com o vento. A realidade concreta da vida, assim, é que determina o cumprimento da Lei (Palavra) cósmica universal.


25 Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram e investiram os ventos contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava fundada sobre rocha.
Falou-se, acima, em chuva, rios. Tudo isso resume-se no elemento "água", com todas as suas características dentro da compreenção cultural da antiguidade. Também falou-se nos ventos que sopraram, elemento "ar". Finalmente, falou-se da "rocha", referente ao elemento "terra". Faltou qual? o elemento "fogo", que deve ser referenciado em algum outro trecho ou momento da narrativa. Contudo, ainda não corresponde ao presente comentário. Só o que posso falar sobre esse "fogo" é que ele é a expressão da própria "Palavra", da "Lei" que se manifesta.


26 Todo aquele que ouve estas Minhas palavras e não as pratica será semelhante a um homem insensato que edificou a sua casa sobre areia.
Ouvir as palavras remetem-nos ao conhecimento teórico da realidade ou, mesmo, ao proferir exterior da mensagem e da Lei Divina. A prática, a REALIDADE é que importa no sentido de constituir-se uma manifestação coerente e eficiente da Lei.


27 Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram e investiram os ventos contra aquela casa, e ela caiu, e foi grande a sua ruína».
A ruína adveio de não se considerar a REALIDADE no cotidiano como essencial para a manifestação a teoria e da Lei que rege o universo.
O Realismo Eclético vem, a partir deste trecho bíblico, re-afirmar sua compreensão de que o Materialismo é a essência do universo, inclusive o humano. Tudo é matéria. Inclusive, a manifestação da cultura humana, o conhecimento, a "palavra" deve expressar, em última instância, a REALIDADE do cosmos universal.




sábado, 26 de fevereiro de 2011

O que quero dizer por "Eclético"...

"Ecletismo ou Ecleticismo é um método científico ou filosófico que busca a conciliação de teorias distintas. Na política e nas artes, ecletismo pode ser simplesmente a liberdade de escolha sobre aquilo que se julga melhor, sem se a apegação a uma determinada marca, estilo ou preconceito.
Pode ser considerado também uma reunião de elementos doutrinários de origens diversas que não chegam a se articular em uma unidade sistemática consistente.
Abordagem filosófica que consiste na apropriação das melhores teses ou elementos dos diversos sistemas quando são conciliáveis, em vez de edificar um sistema novo.
Significado particular: Escola de Victor Cousin (1792-1867): o objectivo desta filosofia é, segundo o seu autor, "discernir entre o verdadeiro e o falso nas diversas doutrinas e, após um processo de depuração e separação através da análise e da dialéctica, reuni-las num todo legítimo, com vista à obtenção de uma doutrina melhor e mais vasta."" 

O que quero dizer por "Materialismo"



"Em filosofia, materialismo é o tipo de fisicalismo que sustenta que a única coisa da qual se pode afirmar a existência é a matéria; que, fundamentalmente, todas as coisas são compostas de matéria e todos os fenômenos são o resultado de interações materiais; que a matéria é a única substância. Como teoria, o materialismo pertence à classe da ontologia monista. Assim, é diferente de teorias ontológicas baseadas no dualismo ou pluralismo. Em termos de explicações da realidade dos fenômenos, o materialismo está em franca oposição ao idealismo e ao metaficismo, deixando bem claro que o materialismo pode sim se co-relacionar com o idealismo e vice-versa em alguns casos, mas o real oposto da materialidade é mesmo o sentido da metafisicidade.
(...) 

História

O termo foi inventado em 1702 por Leibniz , e reivindicado pela primeira vez em 1748 por La Mettrie. Entretanto, em termos da origem das idéias, pode-se considerar que os primeiros filósofos materialistas, são alguns filósofos pré-socráticos: Demócrito, Leucipo, Epicuro, Lucrécio, os estóicos, que se opunham na questão da continuidade da matéria: os átomos evoluiriam no vácuo ? O atomismo de Demócrito influenciou Platão em sua teoria (idealista) dos elementos (fogo, ar, água, terra, éter, identificados em sua forma atômica aos polígonos regulares, respectivamente : tetraedro, octaedro, icosaedro, cubo, dodecaedro).
Para o materialismo científico, o pensamento se relaciona a fatos puramente materiais (essencialmente mecânicos) ou constituem epifenômeno.
Na filosofia marxista, o materialismo dialético (ou materialismo marxista) é uma forma desta doutrinaKarl Marx e Friedrich Engels que, introduzindo o processo dialético na matéria, admite, ao fim dos processos quantitativos, mudanças qualitativas ou de natureza, e daí a existência de uma consciência, que é produto da matéria, mas realmente distinta dos fenômenos de ordem material. estabelecida por
O materialismo histórico é uma tese do marxismo, segundo a qual o modo de produção da vida material determina, em última instância, o conjunto da vida social, política e espiritual. É um método de compreensão e análise da história, das lutas e das evoluções econômicas e políticas. Essa tese foi definida e utilizada por Karl Marx (em O 18 do brumário de Luis Bonaparte, O capital), Friedrich Engels (Socialismo utópico e socialismo científico), Rosa Luxemburgo e Lênin.
O termo materialismo é também utilizado para designar a atitude ou o comportamento daqueles que se apegam aos bens, valores e prazeres materiais.
No campo artístico, o materialismo constitue uma tendência a dar às coisas uma representação realista e sensual.

(...)

Ponto de vista materialista sobre o pensamento:
Os limites do materialismo provêm essencialmente dos conceitos que são forjados inicialmente e que provocam bloqueios quando se cristalizam por uma razão ou outra (crenças diversas). Mas para avançar no conhecimento, é necessário imaginar noções que vão necessariamente preceder a busca, dirigi-la até fazer com que sejam abandonadas as demais hipóteses. Para evitar esses bloqueios é necessario raciocinar ponderando as hipóteses, cujo valor é sempre inferior a 100%, enquanto que o valor de uma crença é sempre de 100% sem demonstração.
O pensamento funciona seguindo o princípio do dicionário, isto é, todas as definições necessitam ser expressas em palavras que, por sua vez, possuem outras definições que são expressas por meio de outras palavras, e assim por diante. Se o usuário não tivesse uma referência externa, ele não poderia compreender nenhuma definição do dicionário. Deste modo, cada ser humano utiliza seu sistema nervoso para definir o mundo, que, por sua vez, deve ser percebido anteriormente por aquele mesmo ser humano, o que lhe possibilitará definir os outros elementos que ele percebe. A única maneira que o ser humano tem de acreditar que ele pode sair desse círculo vicioso é o consenso que ele tem com os outros seres humanos."




Como acontecem as mudanças reais e significativas?

http://www.controversia.com.br/index.php?act=textos&id=4340
Mudar não é algo fácil. Mudar significa transformar as estruturas de maneira a que o que for construído posteriormente venha a ter que enquadrar-se à nova estrutura e a repercutir a transformação efetuada. 

Par iniciar-se um processo de mudança deve-se começar pelos extremos opostos do que se deseja. 

Vejamos, 

qual seriam os extremos de um processo de mudança? 


= o extremo do abstrato e o extremo do imediato (contrários ao concreto e ao eterno)


Por que pelos extremos? 

Na verdade, é mais fácil você iniciar um processo de mudança a partir do puro pensamento. Isto é, lança-se um simples pensamento de mudança e, posteriormente, realiza-se uma ação imediatista também de mudança. Não uma ação significativa, mas uma pequena ação. 

A pequena ação realizada, aliada ao pensamento lançado no espaço têm força para, juntas, desencadearem um processo de mudança. A energia daí produzida assemelha-se à centelha que ocasiona o detonar de uma bomba ou o eclodir do combustível de um veículo. 

Só que o processo de mudança precisa de substância e, esta, é o trabalho, o corpo, a ação, e as pequenas mudanças e os pequenos pensamentos cotidianos de mudança. 

A constância nas pequenas ações e pensamentos de mudança levam à materialização do objetivo primordial da mudança. 

O Materialismo Eclético, aí, manifesta-se na síntese entre a crença no poder (material) do pensamento e, também, a capacidade de interação plena entre este e a matéria. 

Vale lembrar que quanto menor a matéria ou a imediatidão da ação, melhor para a eclosão da mudança. 

Decorre daí, então, que o princípio da humildade é fundamentado filosoficamente no momento em que há a necessidade de valorização do pequeno e do imediado e, ainda, de sua integração com o todo e abstrato. 

http://www.olharvital.ufrj.br/2006/index.php?id_edicao=099&codigo=4
Finalmente, após a eclosão do processo de mudança, há que se ter um contrôle sobre o processo, já que isso corresponde a um avião desgovernado no espaço e que precisa ter um piloto com bastante clareza do caminho para onde pretende ir, ou, pelo menos, dos princípios que o embasam. 

Associado a esta temática tem-se o Materialismo Dialético, de Marx. Entretanto, considero superado aquele pensamento no sentido em que não consegue, e de certa forma nem pretende, explicar o mundo abstrato, o poder do pensamento sobre os acontecimentos concretos da realidade e, ainda, as particularidades da infra-estrutura em relação à psicologia humana. 
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por: Jânio Rocha Ayres Teles 


Materialismo Eclético... O que é isso?

http://blog.opovo.com.br/conexaoespirita/espiritismo-e-espiritualismo-vs-materialismo/
O Materialismo Eclético é a expressão da tentativa de síntese conceitual entre as diversas correntes filosóficas predominantes no século XX e que emergem no século XXI sob essa nova formatação e denominação. 

Trata-se da fusão de fundamentos teóricos de correntes aparentemente contraditórias e/ou incompatíveis, como o Marxismo, o Liberalismo, o Idealismo, o Espiritualismo e todas as que, porventura, venham a ser consideradas. 

O blog será dividido em duas seções bem definidas: 
1ª Apresentação dos fundamentos teóricos da corrente do Materialismo Eclético; 
2ª Explanação da manifestação prática do Materialismo Eclético em situações cotidianas e problemáticas reais (simuladas, ou não). 

Haverá a possibilidade de inclusão de seguidores e, ainda, de membros com liberdade de comentários e postagem. 

Não se trata, aqui, de uma visão filosófica consolidada e considerada conclusiva acerca dos temas que abordar. Trata-se, sim, de um espaço dialético fundamentado nos princípios fundamentais do Materialismo Eclético. 

Resumidamente, o termo "Materialismo Eclético" trata da realidade do cosmos humano a partir de um posicionamento dialético em que todas as variantes são consideradas, desde as mais imediatas e materiais, até as mais universais e espirituais. 

O pressuposto fundamental da presente corrente é o de que tudo é matéria. Tudo mesmo! Só que, aqui, o conceito de matéria precisa ser flexibilizado, passando-se a considerá-lo, também, a realidade espiritual e imaterial da existência humana. 

Tanto a realidade material quanto a espiritual resumem-se, em última instância, à própria realidade material levada a um patamar de materialidade o mais sutil que se possa imaginar, chegando a levar em consideração a existência e o relacionamento com os neutrinos, partículas infinitamente minúsculas que compõem a matéria do universo e que a atravessa de maneira sutil.