Em grande medida, o Marxismo fundamentou-se na concepção de Materialismo e, de certa forma, cunhou os termos Materialismo Dialético e Materialismo Histórico.
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Vejamos um pouco do conceito de Materialismo para o Marxismo e, ainda, o posicionamento do Materialismo Eclético a esse respeito.
Vejamos...
"Na filosofia marxista, o materialismo dialético (ou materialismo marxista) é uma forma desta doutrina estabelecida por Karl Marx e Friedrich Engels que, introduzindo o processo dialético na matéria, admite, ao fim dos processos quantitativos, mudanças qualitativas ou de natureza, e daí a existência de uma consciência, que é produto da matéria, mas realmente distinta dos fenômenos de ordem material.
O materialismo histórico é uma tese do marxismo, segundo a qual o modo de produção da vida material determina, em última instância, o conjunto da vida social, política e espiritual. É um método de compreensão e análise da história, das lutas e das evoluções econômicas e políticas. Essa tese foi definida e utilizada por Karl Marx (em O 18 do brumário de Luis Bonaparte, O capital), Friedrich Engels (Socialismo utópico e socialismo científico), Rosa Luxemburgo e Lênin."
A introdução de processos dialéticos na matéria ratifica a idéia de que o conhecimento e a realidade não advém de um princípio o mesmo de uma força universal que se sobrepõe à matéria, ao cotidiano. Nesse sentido, é o cotidiano, é a maneira como os indivíduos vivem e sobrevivem que determina sua cultura e sua ideologia.
Ao citar que “ao fim dos processos quantitativos, mudanças qualitativas ou de natureza, e daí a existência de uma consciência que é produto da matéria”, afirma-se que a mudança quantitativa, em última instância, produz mudanças qualitativas nos indivíduos e nas sociedades. Em outras palavras, mudanças nos indicadores sociais e econômicos, por exemplo, produzem uma mudança na forma de pensar da sociedade que foi objeto dessas mudanças.
Nesse sentido, por exemplo, toda a população que é beneficiária de Programas Sociais como o Bolsa Família têm, de imediato, uma melhoria em suas condições de vida mais concretas, com alimentação e muitas outras necessidades básicas minimamente satisfeitas.
Aí se encontra o conceito de Materialismo Histórico apregoado por Marx, onde se tem que a realidade material (quantitativa) determina a realidade cultural, ideológica e espiritual (qualitativa). O erro de Marx, ou de alguns marxistas, foi tentar mudar a realidade a partir da proibição de expressões religiosas, como em grande parte do mundo socialista no período da Guerra Fria.
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Tentar implementar mudanças não significa começar mudando a estrutura qualitativa da sociedade. Isso não funciona. Se começarmos pela mudança na realidade material da sociedade e, posteriormente, implementarmos mudanças de cunho qualitativo, obter-se-á êxito nos intentos.
O Materialismo Eclético defende, portanto, a manutenção da estrutura ideológica, cultural e religiosa da sociedade sem, contudo, descuidar das ações efetivamente significativas de cunho material, implementando, posteriormente, pequenas mudanças de cunho qualitativo. Não se trata, entretanto, definir o que é o certo e o errado no que se pretende chamar de qualitativo. A própria evolução dos fatos e das idéias produzirá contextos favoráveis ao surgimento e à disseminação de uma nova mentalidade.
Entretanto, os agentes sociais da mudança precisam estar atentos aos sinais materiais e, também, qualitativos, dessa mudança.
Sobre isso, precisam analisar, por exemplo, a inserção de novas religiões no ambiente social, a transformação de indicadores de preferência de consumo, inclusive consumo cultural, além da introdução de novos hábitos de higiene.
A constituição e as problemáticas da família pós-moderna também podem indicar que houve mudanças estruturais na sociedade, mudanças de cunho quantitativo.